Olá Duncan, gostaríamos de agradecer-te pelo tempo que disponibilizaste para esta entrevista, seria difícil termos alguém mais apropriado para iniciarmos este projecto, dada a qualidade do teu trabalho e o impacto que tiveste nalgumas das nossas bandas favoritas.
• Então para começarmos, que tal a vida no México? Parabéns por seres pai, já agora!
DP: Estou no México há 5 anos. Tenho tido uns quantos altos e baixos mas sinto-me melhor aqui a viver uma vida mais pacata. Existem algumas coisas na Europa de que sinto falta, mas não se pode ter tudo na vida.
• O que te fez mudar para aí? Planeias ficar definitivamente?
DP: Fui visitando o país ao longo de vários anos. Conheço aqui bastantes pessoas e sempre me senti bem, sempre foi um bom sítio para fazer uma pausa dos stresses que tinha na Europa. Deparei-me aqui com alguns problemas em 2015 e fiquei sem dinheiro na conta, sem passaporte, sem roupa. Conheci algumas pessoas porreiras que ajudaram-me e um deles deixou-me ficar na casa dele e acabou por encontrar as minhas coisas, o que foi espectacular da parte dele. Naquela altura não tinha forma de meter-me num avião, estava cheio de ansiedade e a viver o dia-a-dia aos poucos. Depois acabei por ficar e aqui estou com o meu rapaz.
• O México é um sítio muito peculiar para viver, não só pela Tequila e pelo Mezcal, mas também pelas suas próprias tradições, como o Dia dos Mortos, um dia de celebração em vez de luto. Estar nesse ambiente culturalmente rico influenciou-te pessoalmente ou à tua música?
DP: Existe muito mais cultura no meu país do que aqui em Monterrey. As tradições culturais daqui são beber cerveja, churrasco, trair a tua mulher e todas a atitudes “à macho” que possas imaginar. Inspirou-me sim a comer menos carne e a deixar de beber. Obviamente que há coisas que gosto, senão não estaria aqui, mas tenho de ir a outro lado se quiser experimentar a rica cultura Mexicana.
• Ainda assim, aposto que tens saudades de ir a um jogo no Goodison Park! Ou já te esqueceste do Everton e agora apoias o Monterrey?
DP: Sem dúvida que sinto falta do Goodison, apesar dos últimos anos terem sido um desastre para o Everton, por isso talvez esteja melhor aqui, já nem falando de quem são os actuais campeões da Premier League. Tenho visto jogos do Monterrey e do Tigres e o clássico entre as equipas femininas. Adoro futebol, por isso vejo qualquer jogo. No entanto o ambiente nos estádios é muito diferente aqui, mas ainda assim gosto.
• E já estás completamente recuperado dos teus problemas de saúde? Tornaste-te Straight Edge por causa disso?
DP: Eu nem sei ao certo que problemas tenho, por isso até pode demorar um bocado até estar totalmente recuperado, mas os médicos não detectaram nada. No entanto, ultimamente sinto-me bastante melhor, há uns anos mal conseguia atravessar a rua para entrar numa loja. Parei de beber porque tinha um filho a caminho e metia-me sempre em problemas quando saía para beber uns copos. Umas das coisas que não gosto aqui é que muitas pessoas não respeitam as relações dos outros e eu fui muito protector enquanto a minha namorada esteve grávida, então tive alguns confrontos físicos. Estive preso e decidi que tinha de parar de beber. Com isso ganhei muito mais clareza, tenho menos ansiedade e poderia mesmo enumerar bastantes pontos positivos para estar sóbrio. Não tenho nada contra quem queira curtir, mas temos de reconhecer quando algo começa a tornar-se um problema.
• Leva-nos um pouco ao passado e fala-nos de quando eras criança. Quando começaste a interessar-te pela música e quem foram as tuas influências? Como é que elas te moldaram enquanto músico?
DP: O primeiro álbum que ouvi foi o Help! dos Beatles e ainda se mantém um dos meus favoritos. O meu pai era músico e tinha centenas de discos em casa. Ele era mais ligado ao country e à música irlandesa mas também tinha bastante rock’n’roll. Comecei a comprar os meus próprios discos no início dos anos 80, singles de 7”, com trocos que poupava ou dinheiro que me davam no aniversário ou no Natal. Também tinha um tio que constantemente me dava álbuns, mostrou-me os The Who e comprou-me o Sgt. Pepper e mais alguns. Eu sempre quis tocar piano mas nunca tive nenhum. O meu pai tinha algumas guitarras em casa mas tinha mãos pequenas para tocar, então tive alguns teclados rascos quando era miúdo. Aprendi a tocar músicas de Natal, que são algumas das minhas músicas favoritas e lembro-me de tentar aprender a tocar Frankie Goes to Hollywood e Nik Kershaw. E também tive uma fase rapper. A primeira música que escrevi chamava-se Electro Beat e gravei uma versão disso num gravador de cassete antigo. Fui percursor do Eminem em 13 anos mas a vida levou-me para outro caminho. Depois, na escola secundária, mostraram-me o que era o Rock. Gostava bastante de Pink Floyd e Def Leppard nessa altura, então troquei uma faca parecida à do Rambo por uma cassete do Killers dos Iron Maiden e comecei a explorar o mundo da música pesada.
• Quando é que decidiste que querias ser músico e quando é que te interessaste pelo baixo?
DP: Eu tinha interesse em tocar ambos. Lembro-me num Natal de pedir um baixo à minha mãe, havia uma cópia dum Rickenbacker que eu tinha visto na loja de música. Ela disse que ia dar algum dinheiro de entrada quando recebesse, mas quando lá voltámos o baixo já tinha sido vendido, então acabei por comprar uma cópia duma Les Paul, preta como a do Jeff Hanneman na parte de trás do Show No Mercy. Durante alguns anos fui alternando entre guitarra e baixo e toquei nalgumas bandas até juntar-me aos Anathema, pouco depois de fazer 16 anos.
• Tens algum baixo favorito ou tocas com o que quer que esteja à mão?
DP: Toco com qualquer um. Nunca tive interesse nos termos técnicos, ou quais os pickups que lá estão. Se tenho um instrumento, apenas tento que soe bem. No entanto tenho um bom baixo que comprei há 6 anos, um Fender Aerodyne japonês que é bonito, soa bem e é confortável para tocar.
• Começaste desde cedo a prestar atenção à composição e a escrever as tuas próprias coisas? Como é que se desenvolve isso? Porque tocares bem um instrumento é bastante diferente de compores ou escreveres bem…
DP: Sempre quis aprender a compor. Penso que foi só uma questão de aprender e estar mentalmente focado nisso. Nunca toquei um instrumento bastante bem, nunca pratiquei escalas ou técnicas, nem sequer tive lições, apenas fui aprendendo sozinho.
• E como é o teu processo criativo? Tens uma ideia ou tema principal, adicionas texturas e camadas e vês até onde isso te leva ou assim que tens a ideia imediatamente constróis tudo na tua cabeça e apenas concretizas?
DP: Depende, algumas músicas levam anos a ser escritas, outras crio em menos de 2 horas. Normalmente componho quando toco na guitarra acústica, depois penso a que aquilo me remete e começo por aí.
• Tens uma imensa integridade enquanto músico e o teu trabalho é bastante consistente, independentemente da instrumentação (electrónica, guitarras, etc.); isso torna a tua música quase uma experiência catártica ao ser ouvida. Sentes o mesmo enquanto crias?
DP: Normalmente tenho uma melhor experiência quando ouço as músicas passado algum tempo. É fácil perderes-te na música quando ouves o mesmo repetidamente e isto acontece com a maioria do meu trabalho, no entanto há algumas que não consigo ouvir porque perdi o foco durante o processo de gravação e só as quis concluir. Faço tudo praticamente sozinho desde o segundo álbum de Antimatter, por isso não tenho tido o luxo de ter um produtor ou um mixer comigo e isso faz a diferença, tira-te um pouco da pressão, mas como muita coisa na vida: “o tempo está assim, veste-te de acordo com isso”. Tens de adaptar-te às situações.
• Já que falamos da tua música, vamos abordar o que já fizeste. Que álbum consideras que melhor te representa enquanto músico e do qual tens mais orgulho?
DP: Acho que o Lights Out com Antimatter é um óptimo álbum e o Madre, Protégenos com Íon também. O The Obscurants poderia ter sido de longe o meu melhor trabalho se o tivesse gravado com pessoas diferentes, está quase lá mas tive de recuperar muitas coisas. Recentemente fiz uma playlist no Youtube com as músicas favoritas que fiz e estou bastante orgulhoso com a diversidade e como consegui concretizar tudo, muitas vezes em condições difíceis.
• E por outro lado, qual terias feito de forma diferente, o The Obscurants?
DP: Seria mesmo o The Obscurants, com diferentes músicos. Na verdade, foi bastante difícil encontrar músicos que estivessem interessados em tocar. Costumava receber várias mensagens de pessoas que diziam que cantavam e tocavam guitarra, então pedia-lhes para gravarem algumas das minhas músicas e enviarem-me para ouvir; a maioria nunca respondeu de volta e os que responderam estavam mais interessados em tocar músicas de Anathema ao vivo e afins.
• Falando dos Íon, mudaste de direção relativamente ao que fizeste em Antimatter e adoptaste uma sonoridade mais folk. É diferente compores neste registo do que, por exemplo, algo mais electrónico? É que, como falámos, a tua consistência é impressionante.
DP: Sinceramente, a origem é a mesma. Quando comecei a trabalhar nas demos de Íon já tinha na ideia uma certa sonoridade e atmosfera, então enquanto compunha ia imaginando melodias de flauta e coisas assim. Queria algo dark mas tranquilizante e orgânico (pareço um entusiaste de café, eu sei) e foi isso que acabou por ser. Há algumas faixas que também funcionariam com instrumentação mais electrónica mas a onda seria ligeiramente diferente.
• Já agora, como foi trabalhares com uma editora Portuguesa e gravares Íon em Portugal? Gostaste de cá estar?
DP: Adoro Portugal, quase fui morar para Coimbra há algum tempo. Foi bom trabalhar com o Nuno da Equilibrium Music, aliás até gravei muito do Immaculada no estúdio que ele tem em casa e foi mesmo um prazer, ele foi um excelente produtor. Lembro-me de estar umas horas sentado no aeroporto do Porto a editar umas faixas de violoncelo no portátil porque o meu voo estava atrasado. Também fui algumas vezes DJ em Lisboa e tive grandes noites a passar metal antigo; uma dessas noites foi brutal, lembro-me de passar uma de Autopsy e do nada uns metaleiros carecas começaram a fazer headbang. Tenho mesmo grandes memórias de Portugal.
• Tiveste oportunidade de ouvir Fado, o nosso género musical tradicional? É algo que consegue ser bastante triste e usa guitarras acústicas e a nossa guitarra Portuguesa.
DP: Sim, bastantes vezes. Tenho um bom amigo que canta Fado. Gosto bastante do som da guitarra Portuguesa mas é muito difícil de tocar, no entanto incluí alguma no segundo álbum de Íon que gravei em Portugal.
• Depois de Íon, mudaste mais uma vez de direcção com os Alternative 4 e regressaste a algo mais similar ao que fizeste com os Anathema. Porquê?
DP: Porque quis gravar novamente num contexto de banda. Já tinha gravado algumas vezes com a banda de um amigo mas queria fazer um álbum com baixo, guitarra eléctrica, bateria. O The Brink tem algumas músicas antigas, escritas bastante tempo antes, mas que nunca usei. Gostei de fazer esse álbum, gravar as partes foi bastante rápido e misturei tudo com o grande Paulo Basílio em Portugal. No segundo álbum preparei-me melhor antecipadamente, já tinha a pré-produção toda feita, e pensei que toda a gente sabia as músicas e como as iríamos gravar; negociei um bom preço num estúdio residencial na Irlanda rural e consegui que incluíssem jantar no orçamento, o que era um luxo para uma banda da nossa dimensão, e no fim acabou ser uma sessão bem difícil pelas mais variadas razões.
• Tendo em conta esta mudança de direção e a conexão óbvia no nome, é justo afirmar que a banda Alternative 4 foi a tua resposta a onde gostarias de ter levado os Anathema musicalmente?
DP: Nem por isso, mas há coisas que utilizei que gostaria de ter usado nos Anathema, como o som de guitarra estilo anos 60. Também tinha planeado continuar a usar piano depois do Alternative 4 e ter alguém na banda que tocasse piano.
• E em que ponto estão Íon e Alternative 4, dás ambos por terminados? Lemos algures que irias apenas lançar música nova em nome próprio…
DP: Ainda considerei fazer um terceiro álbum em Alternative 4 mas decidi-me a não fazê-lo, principalmente por não querer trabalhar com editoras novamente, e porque ter três álbuns com três cantores diferentes não me assenta bem. Por isso, no início do ano, dei o projecto como encerrado. De qualquer maneira, quase ninguém prestou atenção ao anúncio, logo também não é importante.
• Já vamos falar dos teus novos projectos, mas antes leva-nos a 2015, onde reuniste-te com os teus antigos companheiros de banda nos Anathema. Considerarias fazer algo semelhante novamente ou, como já o fizeste, não queres repetir?
DP: Gostei bastante dessa digressão (Ressonance). Foi óptimo voltar a tocar essas músicas numa última digressão mas quando terminámos em Dublin soube logo que seria a última vez. E posso assegurar-vos que nunca mais vai voltar a acontecer; teria de ir contra todos os meus valores e ética para sequer considerar tocar com eles novamente.
• E considerarias uma reunião com o Mick Moss nos Antimatter num formato semelhante?
DP: Mais uma vez, nem por isso. Dei-lhe uma carreira de mão beijada, contratos com editoras e a oportunidade de lançar a sua música, e no fim tive de sair do meu próprio projecto porque ele estava constantemente a queixar-se do meu trabalho árduo. Investi anos e bastante dinheiro lá, os fãs vieram do meu trabalho anterior e dos meus contactos no meio. Estupidamente, deixei-o usar o meu nome da banda para o trabalho solo dele e ele não me respeitou de maneira nenhuma. Quando estava a tentar juntar uma banda para tocar ao vivo com Íon ele convidou os músicos para, em vez disso, gravarem e irem em digressão com Antimatter. Depois quando descobri que ele lançou o An Introduction to Antimatter sem NENHUMA das minhas músicas, disse que já era demais. Este tipo de atitudes é o oposto pelo qual fundei os Antimatter. A ironia da vida…
• Mudando um pouco de assunto, estiveste pouco visível durante algum tempo. Já falámos do quanto os teus problemas de saúde te afectaram, mas lemos noutra entrevista tua que também passaste por uma crise de falta de criatividade. Tudo isto foi motivado pela indústria e pela forma como sempre foste tratado, sempre como o ex-Anathema ou ex-Antimatter, sem nunca darem importância aos projectos que ias lançando? Ou estavas simplesmente esgotado?
DP: Foi um misto de tudo. Sempre existiram demasiados obstáculos para ser apenas uma coincidência. Também senti bastante pressão a nível pessoal, ultimatos para ter um “emprego a sério” e merdas assim. E tudo o que referiram também contribuiu para isso, desisti e estava esgotado; estava cansado de tentar constantemente e as pessoas tornarem tudo dez vezes mais difícil. Agora que sou Straight Edge e estou de mente limpa, percebo que muitos destes obstáculos foram intencionais, e também pessoas próximas dos cabrões já mo confirmaram. Ainda assim, precisava de uma pausa, porque mesmo que tivesse a energia para fazer algo, iria entrar sempre no mesmo ciclo a bater com a cabeça na parede. Actualmente sinto-me revigorado e regressei com uma abordagem diferente.
• Mas achas que já ultrapassaste isto totalmente? Estás de volta com a pica toda?
DP: Sim, exactamete.
• Falaste em entrevistas anteriores sobre uma recente positividade na tua vida; isto vai transparecer na tua música, como tantos artistas o fazem actualmente?
DP: Eu já tinha positividade em Íon, essa até era a ideia, uma espécie de desintoxicação musical. No meu novo álbum, Grace Road, o tema será basicamente o ciclo da vida, os altos e baixos, positivos e negativos. O material mais pesado que estou a escrever vai ser um pouco mais bruto, mas tudo por uma boa causa. Tudo fará mais sentido à medida que vai sendo lançado.
• Sempre apreciámos a tua posição anti-sistema na indústria. Dada a situação actual no mundo e as dificuldades com que os músicos se deparam, sentes que há hipótese de fazer as coisas de forma diferente, com as várias plataformas online para promoveres a tua música, ou achas que os músicos estão cada vez mais reféns das grandes empresas na indústria, uma vez que elas é que têm o dinheiro e os meios para fazer as coisas acontecerem em grande escala?
DP: Já vi grandes artistas mendigarem por dinheiro online, bandas que vendem bastantes álbuns e recebem royalties por eles; isso para mim é muito mau, especialmente numa altura em que muita gente tem despesas médicas e contas para pagar e estão no limiar da pobreza. Os royalties não pararam por causa da pandemia. Em relação a mim, vou fazer o mesmo que sempre fiz, independentemente do que as grandes estrelas façam, porque não tenho as mesmas intenções; não planeio estudar estratégias de marketing diferentes para tirar dinheiro às pessoas. É simples: se as pessoas gostam da minha música e querem ajudar-me, elas podem. Sempre mantenho as coisas com preços baixos e acho que se conseguirmos recuperar algum do espírito underground entre músicos e ouvintes, então vou sentir-me bastante feliz no meu pequeno mundo.
• E já agora, em que ponto está a Strangelight Records? Considerarias produzir e promover outras bandas?
DP: Talvez no futuro, ainda assim aconselho as bandas a lançarem tudo por eles mesmos. De qualquer forma seria porreiro lançar alguns vinis 7” raros, splits, algo assim. Vamos ver o que acontece, cada coisa a seu tempo.
• Vamos lá falar das novidades! Tens outro álbum em nome próprio a ser preparado chamado Grace Road. O que te inspirou e que esperas conseguir com este?
DP: Inicialmente tinha outro título. Era para ser o terceiro de Alternative 4 mas já expliquei isso lá atrás. O meu primo Kevin disse-me que Grace Road era um bom título para um álbum e quanto mais pensei nisso, mais gostei da ideia; é o nome da rua onde cresci até aos meus 4 anos. O álbum baseia-se no ciclo da vida, em algumas partes é sobre estar preparado para morrer, noutras é sobre não perder tempo aqui na Terra. Se pudermos escolher e sair de situações tóxicas então devemos fazê-lo; podemos arranjar centenas de desculpas, estarmos traumatizados e afins, mas temos de ganhar coragem e seguir em frente porque a vida é curta. Desperdicei demasiado da minha vida a dar algo a pessoas ingratas, a chorar por quem se riu dos meus infortúnios; pensava que estava a ser uma pessoa correcta quando justificava o comportamento de merda dos outros, mas no fundo só estava a permitir-lhes que o continuassem a fazer. No entanto, o álbum não será de todo negativo, com ressentimento, vai haver muita compreensão e aceitação.
• E musicalmente, que direção vais tomar?
DP: Efectivamente vai soar a mim próprio: piano, linhas de baixo, cordas, instrumentação mínima. Há uma faixa que ainda não decidi o que fazer nos versos, posso tentar fazer algo mais exótico mas não quero que destoe em demasia relativamente ao resto.
• No The Eternity Suite, que é lindíssimo, existe uma secção falada com o Darren White no início da Part IV, que assim que ouvimos pensámos logo que seria especial se vocês se juntassem e fizessem algo, e eis que agora temos um álbum a caminho. Como é que isso aconteceu, consegues dar-nos uma ideia geral do que vai ser?
DP: Na verdade, foram alguns acontecimentos recentes que nos juntaram. Ele não estava num bom momento e estava frustrado por não fazer música, então sugeriu, meio a sério, que fizéssemos um álbum. Tivemos uma ideia há uns anos atrás de fazer uma banda um pouco semelhante aos Hellhammer chamada Guillotine, não em tom de gozo mas para homenagear aquele estilo de música extrema do início dos anos 80. Comecei a pensar nisso e a ter ideias para a música e agora tenho duas faixas quase terminadas que lembram-me algo tipo Celtic Frost meio experimental, Tragedy e Christian Death. Além disso, tenho a certeza que vão tomar outra forma quando incluir os vocais.
• Nos teus projectos anteriores sempre foste o compositor e escritor principal. Aqui vais dividir a escrita com o Darren?
DP: Felizmente o Darren também sabe escrever letras, por isso vou dar descanso à máquina de escrever e também vou trabalhar com ele nos arranjos.
• Vais incluir mais alguém e terão alguma participação na composição?
DP: Ainda não tenho a certeza. Quando passarmos a fase das demos então poderemos avançar. Gostava de manter as coisas simples e não complicar em demasia.
• Sabemos que o COVID apareceu e suspendeu tudo, mas tens alguma estimativa de quando vais lançar os dois álbuns? Vais fazê-lo através da tua editora? E planeias fazer digressão com ambos?
DP: O Grace Road vai ser lançado pela Strangelight. Tinha planeado acabá-lo neste ano, mas era previsto ir para estúdio há três meses atrás. Vamos ter de esperar e ver o que acontece e irei trabalhar quando puder. Também posso gravar demos em casa, logo isso não é problema. O resto dependerá do mundo.
• E agora a pergunta mais importante: este teu novo álbum com o Darren vai ter um logotipo giro e todo pipi como o novo dos ana_thema?
DP: Anathema é isto mesmo, mas finalmente as coisas estão a vir ao de cima.
• Para finalizarmos, algumas palavras para os nossos leitores?
DP: Obrigado por lerem. Estejam atentos à minha página no Facebook para se manterem a par das novidades.
• Mais uma vez, sentimo-nos muito agradecidos por nos teres dado hipótese de fazer isto e permite-nos dizer-te: bem-vindo de volta, tu e a tua música já faziam falta!
DP: Obrigado por se lembrarem de mim para ser entrevistado.
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